Ah, ol N o esperava que voc aparecesse por aqui, mas j que veio, acomode-se. Sou eu, o Transtorno Afetivo Bipolar. Sim, esse mesmo que voc j ouviu falar, talvez tenha at me conhecido de relance em algu m por a . Hoje vou contar mais uma das minhas hist rias. N o qualquer hist ria, mas uma das minhas melhores obras. Uma vida que moldurei, retorci e, devo admitir, transformei em um espet culo de caos e resist ncia.
Meu palco foi Lisboa, meu palco foi o mundo. Peguei Leila, essa mulher cheia de sonhos e dores, e a transformei em minha obra-prima. N o me entenda mal, n o sou cruel... Sou, digamos, criativo (a). Cada queda, cada gole de vinho, cada noite em claro, cada grito e cada sil ncio - tudo isso foi meu trabalho.
Veja bem, Leila especial. N o qualquer pessoa que carrega minha marca com tanto estilo. O amor dela, as dores, as batalhas... Ah, tudo isso s o trof us que penduro na minha parede invis vel, brilhando como estrelas no escuro h exatos 59 anos.
Mas, claro, eu n o trabalho sozinha. Ah, n o Meus trof us, eles tamb m t m suas vozes.
Ent o, agora, fa o meu convite: venha, sente-se e conhe a minha obra.
E talvez, ao final, voc tamb m me admire - ou me tema. De qualquer forma, espero que goste. Eu sempre gosto:
Os dias entre a not cia e o embarque foram um reflexo de mim mesma(o) - extremos. O tempo parecia se arrastar e, ao mesmo tempo, correr. Quando o telefone tocou, eu estava l , sentindo o peso esmagador da not cia. O filho em coma. Palavras desconexas, ondas distantes borrando a realidade e trazendo o passado tona. Ela correu, cruzou o oceano, mas ser que chegou a tempo?
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