Neste pequeno livro, escrito a convite de um jornal local cerca de um ano depois da morte do meu av , fugi ao que seria uma tend ncia natural ao escrever sobre Leonel Coelho. Dada a riqueza da sua vida, seria dif cil n o enveredar por uma enumera o de feitos e uma descri o de percursos. Mas n o fiz nenhum. A minha escrita, o meu olhar, pensei, podem oferecer mais - e menos - que isso. Estando toda a informa o biogr fica dispon vel a interessados - sobre a feira do livro que criou e carregou, a pol tica e o associativismo, a pris o, etc. - moveu-me e interessou-me, muito mais do que informar, a tarefa de p r em livro o seu esp rito, a sua alma. A tarefa de animar estas p ginas, de as tornar vivas ao ponto de permitir a um leitor, que n o o conheceu em vida, conhec -lo em morte, expondo-se s v rias dimens es do seu car ter. Naturalmente, o livro acaba por n o ser apenas sobre ele, mas sobre n s e a nossa rela o. Sobre o meu av , Leonel Coelho, e os v rios n veis a que se ligava a mim. E isso que cada cap tulo representa: uma dimens o, tanto do seu car ter, como da sua imagem na minha psique. O primeiro cap tulo exp e o leitor sua presen a local - n o a ele, mas forma como visto. Esse cap tulo introduz uma esp cie de grandeza que, sentindo-se a , se explora nos cap tulos seguintes: o seu papel enquanto mestre de gera es, como personagem c mica, social, de um car ter criativo e original, e, por fim, as dimens es mais pessoais: amigo e av . O c rculo vai-se fechando com o avan ar do livro. As emo es, de varia o constante, v o-se aprofundando. Ser o, calculo, uns 90% de riso para uns 10% de l grimas, tendo ambos os lados igual signific ncia. Termina como termina tudo: com a morte. No ltimo cap tulo, partilho um excerto que penso expressar bem o que julgo de uma das suas principais conquistas: Um ano antes, no seu ltimo anivers rio, tinha-lhe escrito: "A maior parte das pessoas tem o azar de ser constantemente v tima de simpatia. Toda a gente as elogia, surgindo as cr ticas na sua aus ncia. Tu alcan aste algo muito mais grandioso: as cr ticas pela frente s o t o constantes quanto os elogios por tr s. Isso talvez o mais que um Homem pode querer: ser constantemente confrontado com a sua sombra, deixar sempre a sua luz". O Leonel Coelho, meu av est aqui, "nos meus gestos e hist rias". Encantem-se com o seu esp rito. --- www.rafaelaugusto.com https: //www.instagram.com/laugoddog/ https: //www.facebook.com/laugoddog/ https: //www.youtube.com/channel/UCs0PzYkanGX39uCCuKwPQEg
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