Este ensaio explora o conceito de castigo que Nietzsche elabora na Genealogia da moral, tendo em vista mostrar que existem reflex?es de interesse jur?dico na filosofia nietzschiana, que s?o relevantes para a discuss?o contempor?nea acerca do direito penal. A exposi??o se desdobra em dois cap?tulos, que tratam, respectivamente: Do conceito de genealogia e Da genealogia do castigo. A longa hist?ria do castigo manifesta a radical fluidez do seu sentido, o que inviabiliza a elabora??o de qualquer conceito definitivo. Todavia, a genealogia ? capaz de recuperar um sentido obscurecido do castigo: ele ? um afeto ativo, um prazer, um gozo, uma festa. De modo geral, Nietzsche interpreta o processo de humaniza??o das penas como um refinamento da crueldade, em que o aspecto cruel do castigo n?o ? gradualmente abolido, mas potencializado, encontrando-se hoje, de modo latente, mesmo na mais civilizada das penas.
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